21 de novembro de 2010

Like spinning plates

Entre conversas. É como me encontro. Entre conversas com os mesmo pensamentos, com as mesmas ideias, com o mesmo final. Diria melhor, com a mesma conclusão. Com tanta conversa se chega a algum lado. Dizem que o silêncio pode dizer muita coisa. Mentira. Silêncio é negação, é medo de falar, é fugir, é esconder. Silêncio é dar voltas em círculos. Silêncio é parar. E quando parar é tudo o que se faz, então, algo está mal. Mal de errado, mal de maldade. Maldade não intencional ou, diriam as más línguas, bem planeada. Planear. É horrível. É irreal. É fugir ao que de melhor podemos ter, espontaneidade. O substantivo que nos dá brilho. Sermos espontâneos é sermos nós mesmos. É sinónimo de naturalidade. Gosto de naturalidade. A naturalidade faz-me sorrir, faz-me sentir que há sempre algo que vale a pena, para o bem ou para o mal, mas está sempre lá alguma coisa. Somos nós próprios. Somos aceites ou negados pelo que somos. Não caímos em fingimento. Somos reais. 

E quando isso desaparece? O que acontece quando tudo se vai? A naturalidade, a espontaneidade? Tudo o que resta é silêncio. De que serve? Silêncio porquê, para que? Não serve. Apagam-se as memórias das conversas. Tomam o seu lugar outras conversas onde o silêncio não existe. São substituídas por palavras. Palavras que nos ensinam. Palavras que abrem os olhos e num ligeiro sussurro nos dizem "o que la vai la vai". O que lá vai só vai por uma razão. Porque perdeu valor. É apenas uma lembrança. É apenas uma memória cada vez mais apagada. É a história de uma sobreposição.

Abrem-se assim as portas às novas conversas. Que o silêncio nunca tome conta delas.

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