2 de março de 2010

Pé descalço.

É assim que me sinto as vezes, com essa condição, é assim que me sinto agora. Parece estranho e é ainda mais difícil conseguir explicar, mas é a verdade e eu não quero fugir dela. Não conseguiria mesmo que quisesse. Há dias em que sinto-me como se saísse de casa com apenas um sapato ou uma sapatilha. Falta-me o outro. Falta-me o outro para poder andar com estabilidade. Falta-me o outro para me lembrar que, pisando o chão frio com o meu pé nu, falta-me qualquer coisa. Falta uma peça. Faltas tu. Sim. Eu sei que é isso. Sempre soube. Há momentos que me faltas tu. E sei que tudo isto é injusto. Um capricho talvez. Mas não deixa de ser o meu sentimento de te querer. De te querer como já te tive. De querer ainda mais do que já te tive. Mas nunca menos. O símbolo da subtracção é pavoroso. É assustador. É destruidor. É frio. É frio como andar descalço de um pé. É frio como pisar um passeio num dia de chuva com um pé despido. É o problema da peça que me falta. É o problema de me faltares tu. Não, eu não quero dizer isto. Não és um problema, nunca serás. És parte da solução não do problema. És a solução da equação da minha vida. Tudo isto para dizer, preciso de ti.

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