31 de março de 2016

Leituras: John Le Carré - Um Homem Muito Procurado

Finalmente cheguei ao fim deste livro, que foi prenda de aniversário, e foi a minha primeira espreitadela na escrita de John Le Carré.  

Primeiro do que tudo, para mal do próprio livro, por uma ou outra razão a sua leitura foi sendo feita aos bocadinhos porque por uma razão ou outra acabei por negligenciar o livro, daí também ter demorado tanto até chegar ao fim do mesmo. Mas a culpa não é do livro, apenas prejudicou uma maior apreciação do mesmo. 

Le Carré é o Rei da Espionagem sendo a maioria dos seus livros voltados para temas como a Guerra Fria sempre com a base da espionagem. No entanto este "Um Homem Muito Procurado" publicado em 2008 vê Le Carré a abordar um assunto tão actual como a ameaça do terrorismo islâmico, nomeadamente em periodo pós atentados de 11 de Setembro, cuja sinopse assim se apresenta:  

Um jovem russo com um sobretudo preto comprido e meio morto de fome é introduzido clandestinamente em Hamburgo pela calada da noite. Numa bolsa que usa pendurada ao pescoço esconde uma quantia improvável de dinheiro. É um muçulmano devoto. Mas será mesmo? Afirma chamar-se Issa. Annabel, uma jovem e idealista advogada alemã especializada em direitos humanos, decide salvar Issa da deportação, e depressa a sobrevivência daquele cliente se torna mais importante do que a sua própria carreira. Em busca do misterioso passado de Issa, Annabel enfrenta o incongruente Tommy Brue, o herdeiro de sessenta anos do Brue Frères, um banco britânico em declínio sediado em Hamburgo. Nasce um triângulo de amores impossíveis. Entretanto, pressentindo que vão desferir um tiro certeiro na pseudo Guerra contra o Terror, espiões de três nações convergem para pessoas inocentes. 

Este é um livro extremamente interessante e que ajuda, de certa forma, a perceber como se passa muito dos trabalhos de "bastidores" protagonizados por serviços secretos, no caso de mais do que um país, no combate ao terrorismo. 

No entanto eu estava a espera de um livro de espionagem mais emocionante, com mais acção e menos burocracia e menos, como disse, trabalho de bastidores. Não deixou de ser um livro interessante por isso, a escrita de Le Carré é fantástica e repleta de rasgos de humor aqui e ali que fazem a delícia de um leitor. Só não é um livro com muita acção, nem com momentos de emoção daqueles que todos conhecemos que nos fazem ficar a ler madrugada fora. E confesso que o final foi uma espécie de desilusão, nao sei explicar, não sinto que fiquei satisfeita com a forma como acabou!  

É um livro actual, pelas piores razões que nem vale a pena enumerar, e que vale a pena ler para uma melhor compreensão de como, talvez, muito do terrorismo vai continuando a conseguir existir e dos sacrificios que talvez sejam necessários fazer para o combater.

Vou querer ler novamente algo de John Le Carré no futuro, no entanto, para já, o livro que segue é "O Fogo" de Katherine Neville, a continuação do seu primeiro "O Oito" que já li há imensos anos e cuja continuação obviamente devia ter lido mais cedo, mas mais vale tarde do que nunca!

1 comentário:

  1. Eu quero imenso ler Le Carré e fiquei ainda mais entusiasmada com esta tua review! Sinto que existem imensos livros de guerra/acção super bons que ainda não li (mas que felizmente muita gente à minha volta anda a ler para me poderem contar hihi) e quero lê-los todossss.

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