24 de março de 2016

Ver além.

Não tenho propriamente um assunto sobre o qual gostaria de escrever, mas simplesmente me apetecia escrever. Afinal o blog também serve para esses momentos onde mesmo não havendo o que dizer, tenho necessidade de escrever. E isso até é quase uma mentira, porque haver o que dizer há sempre, seja uma coisa ou outra, há sempre algo a contar.

E agora pensando bem até haveria alguma coisa sobre a qual gostaria de escrever. Sabem aquela "aprendizagem" que podemos fazer quando em "contacto" com alguém? É importante, e muitas vezes revela-se ainda com maior importância para o futuro.

Começo a acreditar vivamente que nunca conhecemos alguém. Conhecer a sério. Há sempre algum senão, alguma postura que não vimos, alguma qualidade ou defeito que passou despercebido, há sempre algo. Não necessariamente algo mau, mas mais vezes mau do que bom. E também é daí que aprendemos. Aprender a lidar. Aprender a ler alguém. Aprender a ler nas entrelinhas.

Eu fiz isso. Um processo de aprendizagem. Um estudo... e o resultado foi curioso. Há uma certa ironia em todo o processo, há um certo alterar dos papéis que não vou negar, sabe bem. E há também o desmascarar, o entender que alguém que diz X provavelmente está a pensar em Y. Eu aprendi a fazer de conta que percebi X, mas na verdade consegui ver o Y bem lá marcado. Mas fiz de conta. E ao fazer de conta, a conversa sobre o X foi andando e andando e andando até que o Y se tornou tão evidente que era ridículo. 

E eu fiz uso de ter visto esse Y em letras flamejantes bem escondidinho mas bem à vista ao mesmo tempo. Realmente, pesando tudo em cima duma balança, aquele ponteiro só dava para um lado. Foi uma boa aprendizagem, foi um bom exemplo para o todo sempre que será a minha vida. Foi igualmente um tirar de talvez alguma réstia de dúvida que poderia, num canto muito escondido, existir. Porque agora sei. Sei muito bem que ali só havia um Y, que simplesmente não me diz nada.

Já sei "ver" além.

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