15 de novembro de 2015

Uma carta para ti.

Quando procuro em mim não encontro nada. Nem um único bocadinho de ti. Nada. Não te vejo mais. Não te quero ver, céus, não quero mesmo. Agora já és outra pessoa. Talvez sempre tenhas sido mas eu não vi isso. Não imediatamente pelo menos. 

Mas sabes que mais? Eu não me importo. Ás vezes ate me surpreendo a sorrir. Sim, a sério, e é mesmo curioso. Sorrio porque eu sei. E tu não sabes que eu sei. E é quase divertido ver-te a mostrares quem não és. É como ver um Pai Natal disfarçado e estares farto de saber quem está debaixo da máscara mas o esforço que ele faz para não dar nenhuma pista. Tu deste muitas. E a tua máscara caiu sem saberes. Ainda pensas que a tens, mas não, vê bem, ela caiu. Resta o verdadeiro tu. Nu e cru. Previsível. Desonesto.

O meu sorriso não o podes ver. Infelizmente para ti porque se calhar se o visses sabias o erro que cometes. Sabias que eu não choro. Sabias que a minha pele é um escudo. E o lado direito do meu cérebro já não reage a ti. Sim, sabes bem que ao meu coração nunca chegaste. Eu não tenho pena de ti. Foste só uma ideia. Uma passagem no meu livro. Eu sei a falta que te faço. Eu sei que te faltam os meus ouvidos que estavam sempre dispostos a ouvir. Eu sei que te falta o meu apoio. Mas tu pensas que não, não sabes que já começou. Darás conta disso, e aí vai-te faltar o chão, e tudo quanto tens feito se voltará contra ti.

E aí saberás que a tua máscara caiu e já não te protege.

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